Guardião da direção Sul, representante das forças primordiais da vida e dos desafios da juventude, o coiote surge nas lendas nativo - americanas como o arquétipo do trapaceiro ( trickster ) ou heyokah, o palhaço sagrado, aquele que usa de sua astúcia e da sua esperteza para ensinar, ludibriar e despertar.
Para os Navajos, o coiote está envolvido em vários mitos ancestrais na forma de um espírito trapaceiro que roubou o fogo do Deus Negro e o trouxe para a humanidade, além de ser a imagem do uso de artimanhas e brincadeiras para se atingir os propósitos maiores. O coiote é a eterna criança, a força que move o fogo inteiror da juventude, a leveza e o frescor da primavera. Mas ao mesmo tempo, ele mostra suas presas como um esperto enganador que nos ensina a temer e respeitar as forças ocultas da Criação.
O espírito do coiote sempre está ligado ao herói civilizador que usa de artimanhas para mudar o curso das histórias ou provocar mudanças drásticas na vida de um povo ou indivíduo. Ele é comparável ao mito do corvo entre os índios canadenses ou ao Loki nórdico, cujas trapaças mortais definem o destino de todos os deuses.
Invocamos a medicina do coiote em nossas vidas quando necessitamos rir de nós mesmos, das nossas falhas e fragilidades, quando precisamos resgatar nossa Criança Interior há tanto perdida. Ele nos mostrará a verdade sem poesia ou cerimônia através de seu humor peculiar, e age em nossa existência naqueles momentos onde o Universo parece zombar de nossa seriedade. São nestes momentos, que aprendemos que nada é definitivo e que tudo não passa de um grande drama ( ou comédia ) cósmica.
Mitakuye Oyassin!!
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